bpexcelencia.blogspot.com tem a função de trazer informação útil sobre as atividades dos setores regulados (farmacêutico alimentício e cosmético)
no sentido de ajudar no desempenho, demonstração e manutenção do estado de certificação das Boas Práticas
através de artigos com abordagens estratégicas, comentários, tópicos de treinamentos, ferramentas e estudos de caso.
Assim como informações sobre a conduta e desenvolvimento das pessoas envolvidas neste segmento.
quinta-feira, 10 de julho de 2014
Guia de Validação de Limpeza para IFAs.
DIÁRIO DE BORDO: O Comitê de Fabricantes de Ingredientes Ativos (APIC) publicou em maio de 2014 uma nova guia relacionada à validação de limpeza: “Guidance on aspects of Cleaning Validation in Active Pharmaceutical Ingredients Plants”. Este documento descreve detalhadamente tópicos relacionados aos cálculos dos limites de exposição diário permitidos, assim como critérios de aceitação de pior caso.Descreve, com exemplos, a forma de calcular diferentes limites de resíduos através da utilização de swab ou água de enxágue. Sua abordagem se assemelha às guias do FDA e demonstra situações aplicadas à rotina das indústrias, de forma a tornar fácil o seu entendimento .
Para acessar o documento clique aqui
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Apresentações sobre Quality by Design
DIÁRIO DE BORDO: A agência FDA tem dado muita ênfase ultimamente ao que traduzimos pelo termo "Qualidade por Concepção" (Quality by Design) uma abordagem sistemática para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos que se inicia com objetivos pré-definidos destacando-se o entendimento da finalidade/função do produto e seu processo de fabricação/controle com base em dados científicos e gerenciamento do risco sanitário. A referida agência regulatória bem como os fabricantes de produtos farmacêuticos reconhecem que o aumento de testes não melhora a qualidade do produto e que a qualidade deve ser incorporada ao produto durante seu desenvolvimento e fabricação. Fazer isso requer a compreensão de como as variáveis de formulação e de processo de fabricação influenciam na qualidade do produto. Para melhor compreensão do assunto, abaixo apresentamos alguns links de materiais disponíveis na WEB (créditos à http://www.drugregulations.org/). (Clique no título para ir para a apresentação)
2. QbD : Quality Target Product Profile & Critical Quality Attributes
3. QbD :Risk Assessment : Linking Material Attributes & Process Parameters to Drug Product CQA's
4. Quality by Design : Design Space.
5. Quality by Design : Control Strategy
6. Quality by Design : Design of Experiments
7. QbD : Agency Expectations
quarta-feira, 4 de junho de 2014
ÁRVORE DAS CAUSAS DE ERRO HUMANO
DIÁRIO DE BORDO: Um das causas mais comuns de investigação de desvios é a chamada "Falha Operacional" em que o motivo da não conformidade se dá por algum erro cometido pelo operador de uma atividade dentro da operação. Não definir corretamente o "O QUÊ?" e logo passar a procurar o "POR QUÊ?", torna o processo investigativo superficial e acaba-se nomeando como causa principal do desvio o "QUEM?" e como ação corretiva o retreinamento do sujeito. Isto não resolve e o sistema fica sujeito a recorrências. Na verdade a ocorrência de erro humano advém, na maioria das vezes, da falta de gerenciamento, de falha na supervisão ou de fragilidade do sistema de qualidade implantado. Abaixo apresentamos uma ferramenta para verificar as causas de erro humano da forma sistematizada.
ATO INADEQUADO DE UM TRABALHADOR
PRIMEIRO PASSO:
-Há regras para a função?
- Em geral os trabalhadores conhecem as regras?
- As regras são revistas periodicamente?
- A informação escrita (regra, planta, mapa) corresponde à realidade?
- Entendeu-se certo uma ordem transmitida?
- A informação foi passada de forma completa?
RESPOSTA: Se todas as respostas forem SIM vá para o segundo passo. Se
alguma resposta das perguntas acima for NÃO a causa mais provável é:
ERRO HUMANO POR
FALHA DE INFORMAÇÃO
Para confirmação dessa causa faça a
seguinte pergunta: Alguém sabia algo que o
executante não ficou sabendo? Se a resposta for SIM se confirma a causa
acima. Caso a resposta for NÃO vá para o segundo passo.
SEGUNDO PASSO:
- A pessoa tem a habilidade necessária para a função que exercita?
RESPOSTA: Se a resposta for SIM vá para o terceiro passo. Se a resposta
da pergunta acima for NÃO à causa mais provável é:
ERRO HUMANO POR
FALTA DE CAPACIDADE
Para confirmação dessa causa faça a
seguinte pergunta: Alguém melhor
preparado teria tido a atitude adequada? Se a resposta for SIM se confirma
a causa acima. Caso a resposta for NÃO vá para o terceiro passo.
TERCEIRO PASSO:
-
Houve algum fator que tenha contribuído
para tirar ou reduzir o grau de aptidão física ou mental para o trabalho? (ex.
stress, tensão, doença, ruído alto, calor, vibração, alcoolismo)
RESPOSTA: Se a resposta for NÃO vá para o quarto passo. Se a resposta da
pergunta acima for SIM à causa mais provável é:
ERRO POR FALTA
DE APTIDÃO FÍSICO-MENTAL
Para confirmação dessa causa faça a
seguinte pergunta: Havia suspeita prévia
que o indivíduo possivelmente não estivesse em condições adequadas? (ou
precipitada pelo ambiente?) Se a resposta for SIM se confirma a causa
acima. Caso a resposta for NÃO vá para o quarto passo.
QUARTO PASSO:
- A pessoa tentou ganhar tempo?
- Baseou seu comportamento no exemplo dos superiores? Ou na tolerância
da supervisão?
- A pessoa tentou fazer a coisa certa, em benefício da empresa, porém utilizando
caminhos que não deveria?
- A pessoa vem adotando práticas erradas, contrariando conhecimentos básicos e dos treinamentos recebidos?
- Ou contrariando as práticas ou regras da empresa?
- A pessoa foi negligente? Ou imprudente?
RESPOSTA: Se todas as respostas forem NÃO vá para o quinto passo. Se
alguma resposta das perguntas acima for SIM à causa mais provável é:
ERRO HUMANO POR
MOTIVAÇÃO INCORRETA
Para confirmação dessa causa faça a
seguinte pergunta: Quando se sabendo
observado, o indivíduo desenvolve a tarefa corretamente? Se a resposta for
SIM se confirma a causa acima. Caso a resposta for NÃO vá para o quinto passo.
QUINTO PASSO:
A condição de trabalho contém situações de
dificuldades práticas para a maioria das pessoas?
RESPOSTA: Se a resposta for NÃO vá para o sexto passo. Se a resposta da
pergunta acima for SIM à causa mais provável é:
ERRO HUMANO POR
CONDIÇÃO ERGONÔMICA DESFAVORÁVEL
Para confirmação dessa causa faça a seguinte pergunta: Se melhorar alguma coisa na área ou na condição
de trabalho, a chance do ato inadequado fica muito reduzida? Se a resposta for
SIM se confirma a causa acima. Caso a resposta for NÃO vá para o sexto e último
passo.
SEXTO PASSO:
O trabalhador que cometeu a falha:
- Conhece bem a tarefa e os riscos?
- Normalmente toma cuidados para evitar os riscos?
- Esqueceu-se de cumprir algum passo, em tarefa rotineira?
RESPOSTA: Se alguma das respostas for NÃO reveja os passos anteriores. Se
alguma resposta das perguntas acima for SIM à causa mais provável é:
ERRO HUMANO POR
DESLIZE
Para confirmação dessa causa faça a seguinte pergunta: É difícil para o próprio indivíduo e para o nível
gerencial explicar as razões daquela falha? Se a resposta for SIM se
confirma a causa acima.
Os 05 primeiros
erros denotam falha de gerenciamento.
Só o último é
passível de demissão do trabalhador.
terça-feira, 6 de maio de 2014
FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE: Metodologia Seis Sigma
DIÁRIO DE BORDO: Hoje em dia o
ambiente as empresas farmacêuticas tornou-se além de muito competitivo,
dinâmico e complexo. Diferenciar-se dos demais e alcançar um desempenho
superior é uma questão de sobrevivência. Diante disso, eliminar desperdícios,
adotar tecnologias avançadas, desenvolver novos produtos, envolver os
colaboradores e buscar melhoria contínua dos processos tornaram-se a tônica
para a sustentação dos negócios farmacêuticos. Neste cenário, o esforço deve
ser concentrado na gestão eficaz dos recursos e praticar ações que possibilitem
a análise dos processos em busca de melhoria no desempenho. A metodologia seis
sigma é uma ferramenta de gestão da qualidade que se concentra na diminuição ou
eliminação de erros e falhas dentro de um processo visando a redução da
variabilidade e pode ser aplicada na maioria dos setores da empresa.
O que determina o sucesso do
negócio é determinado principalmente pela satisfação dos clientes o qual é
sustentado pelo tripé qualidade, preço e serviços. Tais requisitos são
dependentes da capabilidade do processo, ou seja, o quanto o processo responde
diante das variações que conduzem ao aumento de defeitos, falhas, custos e
tempos de ciclo de produção. Portanto a chave do sucesso consiste no controle
da variação. Para se controlar a variação é necessário conhecer o processo e
assim controla-lo. A metodologia Seis Sigma quando bem empregada proporciona os
seguintes benefícios:
1. Geração
de um sucesso sustentado, pois desenvolve habilidades e cultura suficiente para
revitalizar a empresa;
2. Fixação
de metas de desempenho levando a empresa no caminho da melhoria contínua;
3. Colocar
foco no cliente buscando compreender a importância do valor para o consumidor;
4. Aprimoramento
das melhorias garantido pelo uso de ferramentas utilizadas na estrutura do
método;
5. Promoção
de aprendizagem com meio do compartilhamento de ideias inovadoras;
6. Execução
de mudanças estratégicas através da melhor compreensão dos processos e procedimentos
da empresa.
O sucesso da metodologia Seis
Sigma depende dos seguintes pontos-chave (focos):
1. Foco
no cliente;
2. Gerenciamento
dirigido por dados e fatos;
3. Foco
em processo;
4. Gestão
proativa (foco na prevenção);
5. Colaboração
e compartilhamento;
6. Busca
da perfeição e tolerância ao fracasso.
Existem dois conceitos fundamentais
dentro da metodologia Seis Sigma, são eles:
1. Controles
Críticos para a Qualidade: são os requisitos de desempenho definidos pelo
cliente para um produto ou serviço que pode ser um atributo ou um processo. Tais
requisitos devem ter como características ser mensurável e possuir
especificação com tolerância permissível.
2. O
segundo conceito é a metodologia do processo de melhoria conhecida como
DMAIC, que significa Definir, Medir,
Analisar, Melhorar e Controlar. Na prática o método DMAIC aborda as seguintes
definições e questionamentos:
a.
DEFINIÇÃO. Que processo interno se pretende
melhorar? A resposta deve ser específica e mensurável;
b.
MEDIÇÃO. Qual o estado atual do processo e quais
as potenciais fontes de variação? A
resposta dever se apoiar em ferramentas estatísticas confiáveis
c.
ANÁLISE. Quais são as poucas fontes de variações
mais importantes do processo? Trata-se de um problema estatístico, a resposta deve
ser procurar restringir e chegar às causas fundamentais de variação do
processo;
d.
MELHORIA. Quais mudanças são necessárias no
processo para melhorar a capabilidade? Trata-se de uma solução estatística e
devem ocorrer melhorias nos requisitos críticos de qualidade.
e.
CONTROLE. Como controlar os pontos vitais para
manter a capabilidade do processo? Trata-se de uma solução prática e deve
evidenciar a ocorrência de melhorias sustentáveis.
Na prática os fatores que
determinam o sucesso ou ou fracasso dos programas Seis Sigmas são: comprometimento
da empresa, treinamento específico, sistema de execução e controle de projetos;
envolvimentos dos fornecedores, envolvimento dos clientes, incorporação de boas
práticas nas rotinas de trabalho, argumentação baseada em dados, patrocínio da
liderança e a mentorização permanente.
Texto baseado no artigo “A importância
do método seis sigma na gestão da qualidade analisada sob uma abordagem teórica”.
João Marcos Andrietta e Paulo Augusto Cauchick Miguel. Universidade Metodista
de Piracicaba. In Revista de Ciência & Tecnologia v. 11 nº 20 pp 91-98.
terça-feira, 1 de abril de 2014
Quimiometria aplicada à indústria farmacêutica
DIÁRIO DE BORDO: Recentemente a
associação de ferramentas quimiométricas com técnicas instrumentais
(espectroscopia NIR, UV/Vis, Vis/NIR, GC, HPLC, fluorescência de Raio-X, DSC) vem
sendo empregadas no desenvolvimento de métodos analíticos para controle de
qualidade, qualificação de matéria prima e controle de processos. No Brasil, o
seu avanço ainda é tímido, e as principais áreas que empregam estes métodos são
as Indústrias de Alimentos, Papel e Celulose, Petróleo, e mais recentemente, a
Indústria Farmacêutica, mas o seu potencial se estende a todas as áreas da
Química. Os principais métodos quimiométricos são: reconhecimento de padrões
(também conhecidos como métodos de classificação), calibração multivariada e
planejamento e otimização de experimentos.
Quimiometria
é o campo da química que utiliza ferramentas estatísticas e matemáticas para o
planejamento e otimização das condições experimentais, e para a extração de
informação química relevante de dados químicos multivariados. A diferença entre
dados univariados e multivariados é que nos primeiros, a análise dos resultados
é feita pela observação do comportamento de uma única variável de cada vez, por
exemplo, a concentração de uma espécie de interesse ou uma propriedade
físico-química (densidade, viscosidade, ponto de fusão, ponto de ebulição). Nos
dados multivariados, é possível analisar mais de uma variável simultaneamente,
e assim identificar a correlação entre elas. Este tipo de análise permite um
entendimento mais completo e sistematizado dos resultados analíticos.
A Quimiometria desenvolveu-se a partir da década de 60 quando os métodos instrumentais
computadorizados para a análise química passaram a gerar grandes quantidades de
dados. Antes disso, as decisões baseavam-se numa pequena quantidade de dados
que, na maioria das vezes eram obtidos de forma lenta e dispendiosa. Com a
grande quantidade de dados obtidos de maneira rápida e despendendo menor
esforço foi possível analisar todos esses dados e extrair maior quantidade de informações
relevantes. A quimiometria pode ser considerada uma das áreas mais recentes da
química analítica, e desde o seu surgimento até os dias atuais foram
desenvolvidos muitos métodos que têm tornado possível o processamento e
interpretação de dados que antes não poderiam ser analisadas.
Na
Indústria Química em geral e em particular na Farmacêutica, a associação de
ferramentas quimiométricas com técnicas instrumentais, principalmente as espectrométricas
e cromatográficas, vem sendo empregada no desenvolvimento de métodos analíticos
para controle de qualidade, qualificação de matéria prima e controle de processos.
Com
a disseminação da quimiometria foram desenvolvidas novas ferramentas para
tratamento de dados encontrando aplicações distintas conforme o objetivo do
estudo, como por exemplo, o planejamento de experimentos, a otimização de
processos, a classificação de dados e as determinações quantitativas usando a calibração
multivariada.
texto baseado no artigo Uilização da Quimiometria dos autores Fabiana A. L. Ribeiro, Fernando D. Barboza,Márcia C. Breitkreitz e José A. Martins.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Aplicação do Controle Estatístico de Processo (CEP) na Indústria Farmacêutica
Diário
de bordo: O controle estatístico de
processo (CEP) consiste na aplicação de gráficos estatísticos para verificação
da qualidade da fabricação detectando desvios de parâmetros representativos do
processo com a finalidade de reduzir a quantidade de produtos fora de
especificações e com isso os custos da produção. Embora não pareça, a
utilização do CEP na indústria farmacêutica ainda é incipiente, pois a abordagem
do controle durante o processo prevalente em muitas empresas tem como base a
mera comparação dos resultados com metas arbitrárias levando-se em conta a
especificação do produto. Este procedimento, embora indique onde o processo se
encontra, não é capaz de demonstrar como o processo chegou lá, não revelando
qualquer compreensão de como o processo funciona, ignorando a variação dentro
do processo e tratando cada flutuação apenas como uma sinalização de correção
não agindo sobre a verdadeira causa. O CEP apresenta-se como uma ferramenta que
incorpora o conceito de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e, por permitirem a
investigação dos pontos críticos de controle, fornece informações
indispensáveis para a validação de processos, diagnosticando possíveis não
conformidades em todas as etapas do processo, além de sinalizar as possíveis
fontes de desvios de qualidade possibilitando correções e interações com o
processo.
AS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF)
As BPF nas indústrias farmacêuticas que possui como
base garantir a qualidade do produto farmacêutico tendo-se em vista o risco
sanitário através de monitoramentos específicos em todas as etapas da produção,
também incorporam os conceitos de otimização de processos, redução de perdas e
gestão ambiental. Para haver esta sincronização entre estes conceitos, cada vez
mais, as atividades de controle do processo devem interagir com as demais operações,
controles de fabricação e aplicações de gerenciamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
adota a garantia de qualidade para o
Medicamento, que consiste no acompanhamento de todo
o processo desde a aquisição de uma matéria-prima farmacêutica pelo fabricante
até sua transformação em um produto acabado à disposição do consumidor. Para tanto publicou uma série de
regulamentações a todas as etapas da cadeia do medicamento e executa ações de
fiscalização para avaliar a qualidade dos processos produtivos de fabricação, das
condições de armazenagem, transporte e consumo desses produtos.
Avaliando este cenário, cuja intenção é a busca por
melhoria da qualidade, os fabricantes devem concentrar seus esforços em
melhoramentos contínuos, ou seja, implementando dispositivos que permitam
reconhecer problemas, priorizar ações corretivas, implementá-las e manter uma
atitude proativa com relação aos
procedimentos operacionais padronizados.
A utilização de métodos estatísticos não garante a solução
de todos os problemas de um processo, porém é uma maneira racional, lógica e
organizada de determinar onde eles existem, sua extensão e a forma de
solucioná-los. Esses métodos podem ajudar na obtenção de sistemas que assegurem
uma melhoria contínua da qualidade e da produtividade ao mesmo tempo.
O CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO (CEP)
O CEP consiste em um conjunto de ferramentas de
monitoramento on-line da qualidade.
Através destas ferramentas obtém-se uma visão detalhada do comportamento do
processo, identificando variações e possibilitando seu controle ao longo do
tempo. Isto se dá por meio de continua coleta de dados, análise e bloqueio de
prováveis causas especiais, responsáveis por instabilidades no processo avaliado.
O principal objetivo do CEP é o melhoramento dos processos produtivos
conferindo-lhes menor variabilidade e proporcionando-lhes melhores níveis de
qualidade nos resultados da produção.
A estratégia na aplicação do CEP é: se se conhece um
determinado processo pode-se prever toda a sua ocorrência, ou seja, se um
processo ocorre sob condições conhecidas e estas são cuidadosamente mantidas,
este processo estará sujeito apenas aos efeitos de causas comuns os quais
definem a posição e a dispersão deste processo. Estatisticamente falando isto
representa uma Distribuição Normal. Desta maneira, agir no processo significa
evitar defeitos independentemente de onde eles possam manifestar-se. Este é o
principio do CEP: agir sobre o processo e não no produto utilizando da
estatística como instrumento para organizar, tratar e analisar as informações
do processo. Assim o CEP opera preventivamente utilizando-se de uma base
objetiva de análise e atuando de forma abrangente não se limitando a casos
específicos, mas na produção como um todo e finalmente permitindo uma adequada
avaliação da qualidade.
O CEP assim disposto constitui-se numa ferramenta
útil tanto na melhoria como na validação dos processos farmacêuticos podendo
ser aplicado ao processo como um todo ou em suas etapas. O CEP permite
demonstrar estatisticamente que os processos podem ser compreendidos e assim
identificar e corrigir as causas das não conformidades que possam apresentar. A
identificação e correção trazem maior conhecimento e controle sobre os pontos
críticos do processo de fabricação. É importante assinalar que o CEP por si só
não determina a validação de um processo e que o estudo isolado de um único
parâmetro demonstrado no controle estatístico do processo (tais como:
desintegração, dureza, friabilidade, dissolução, peso médio, etc.) não pode ser
considerado uma validação.
Assim sendo o CEP apresenta-se como uma ferramenta de
aplicação simples, capaz de permitir maior compreensão do processo,
possibilitando ações rápidas de controle pelo pessoal de operação, rica nos
resultados que podem apresentar sobre o comportamento do processo e apta a ser
aplicada a vários processos farmacêuticos. Por ser uma ferramenta que oferece todos estes
recursos o CEP não deve prestar-se a ser um mero indicador de não conformidades.
O profundo conhecimento do processo que o CEP proporciona pode apontar de forma precisa quais os pontos críticos e
onde as melhorias dever ser realizadas tornando a produção robusta e um
procedimento seguro.
Embora o CEP apresente todo este potencial para a
gestão dos processos, a sua utilização só surtirá efeito com a consolidação da
cultura do pensamento estatístico em todos os níveis da empresa. Atualmente a indústria
farmacêutica abre-se para novas tecnologias, flexibilização de práticas
regulatórias, utilização de técnicas de modelagem e simulação de processos,
utilização de métodos quimiométricos nos seus processos e assumindo novas
práticas de gerenciamento. Todas estas tendências serão bem sucedidas se somente
se as empresas tiverem como base o CEP como ferramenta em sua prática
rotineira.
Texto baseado no artigo “Aplicação do controle
estatístico de processo na indústria farmacêutica” de Lima, A.A.N.; Lima,
J.R.; Silva, J.L.; Alencar, J.R.B.; Soares-Sobrinho, J.L.; Lima, L.G.;
Rolim-Neto, P.J. Publicado na Revista
de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 27, n.3, p.177-187, 2006.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
GURUS DA QUALIDADE: KAORU ISHIKAWA
DIÁRIO DE BORDO: A abordagem de lshikawa nasceu a partir da compilação de diversos aspectos
do trabalho de vários especialistas como Deming, Juran e Shewart, acrescentando a
estes aspectos uma grande preocupação com a participação do elemento humano e trazendo
para o controle da qualidade uma visão humanística. Sua filosofia é voltada para a obtenção da qualidade total (qualidade,
custo, entrega, moral e segurança) com a participação de todas as pessoas da
organização da alta gerência aos operários do chão de fábrica. A filosofia de Ishikawa resume-se nos seguintes pontos:
1.A qualidade começa e termina com a educação.
2.O primeiro passo na qualidade é conhecer as especificações do
cliente.
3.O estado ideal do Controle de Qualidade é quando a inspeção não
é mais necessária.
4.Remova a causa fundamental e não os sintomas.
5.Controle de Qualidade é responsabilidade de todos os
trabalhadores e de todas as
divisões.
6.Não confunda os meios com os objetivos.
7.Coloque a qualidade em primeiro lugar e estabeleça suas
perspectivas de longo prazo.
8.O marketing é a entrada e a saída da qualidade.
9.A alta gerência não deve mostrar reações negativas quando os
fatos forem apresentados
pelos subordinados.
10.Noventa e cinco por cento dos problemas na companhia podem ser
resolvidos pelas sete
ferramentas do Controle de Qualidade.
11.Dados sem a informação da sua dispersão são dados falsos - por
exemplo, estabelecer a
média sem fornecer o desvio padrão.
Outra importante contribuição de Ishikawa foi a proposição da aplicação das sete ferramentas da qualidade:
1.Diagrama de Pareto
2.Diagrama de causa e efeito
3.Histograma
4.Folhas de verificação
5.Gráficos de dispersão
6.Fluxograma
7.Cartas de Controle.
João de Araújo Prado Neto, Fevereiro de 2014.
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