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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O FATOR HUMANO NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS (3)


DIÁRIO DE BORDO: Se quisermos mudar os sistemas dos quais somos parte (países, comunidades, organizações e famílias) precisamos primeiro nos enxergar e mudarmos a nós próprios. Não podemos desenvolver soluções criativas para problemas complexos sem considerar todas as partes e envolvidos, inclusive a nossa. A criatividade requer não só pensamentos e experiências, mas também sentimentos, desejos e energia.

Tentar criar ou inovar partindo-se da própria percepção sobre as coisas é como confirmar uma história que já existe, não haverá nada de novo. Debater idéias igualmente é expor realidades já existentes e nada de criativo é produzido. A reflexão sobre várias realidades diferentes expandindo-a para um entendimento sobre um sistema de coisas parece ser o embrião da criatividade e da inovação. Seguem algumas sugestões para praticar a resolução de problemas difíceis sem recorrer à imposição e a unilateralidade:

1. Observe o seu estado de ser, como você fala e ouve. Preste atenção em como você reage, nas suas ansiedades e preconceitos.
2. Manifeste-se: diga o que está pensando, sentindo e desejando.
3. Você não é o dono da verdade, lembre-se disso e quando se manifestar estará emitindo a sua opinião e não a verdade absoluta.
4. Ouça pessoas que tenham outras perspectivas diferentes ou até opostas às suas.
5. Verifique até que ponto você contribui para o problema ou para a sua solução.
6. Olhe para o sistema como se fosse o outro.
7. Ouça não só com a mente, mas também com o coração. Tente “sentir” o problema.
8. Pare de falar sobre as questões e deixe que as respostas venham a você.
9. Relaxe e esteja totalmente presente para ser transformado (*).
10. Tente perceber a sua mudança com relação aos outros, consigo mesmo e com o ambiente. Pratique.

(*) Os fenômenos da globalização e da informatização transformaram a sociedade humana deixando-a mais complexa, interdependente, com mudanças rápidas dificultando a capacidade de entendimento completo dos acontecimentos e exigindo uma avaliação mais intuitiva e não-racional dos eventos. A inovação, portanto, não vem do estudo e da discussão de um determinado tema, mas sim de um distanciamento deste tema dando margem ao inconsciente para intuir sobre problema e captar respostas através da observação livre de julgamentos.

O processo de criação invariavelmente apresenta uma primeira fase de DIVERGÊNCIA, onde se colocam à mesa de discussão várias idéias diferentes em vários graus entre si. Depois vem a fase da EMERSÃO onde surgem novas idéias derivadas da composição das primeiras propostas. E então surge a CONVERSÃO em que se depuram as novas idéias formando assim iniciativas e planos inovadores sobre um objeto ou sistema de coisas.

Para criar novas realidades é preciso exercitar as ações sociais mais básicas de falar e escutar, evitando, porém o caminho fechado de repetir o que se pensa e debater segundo as próprias convicções. Deve-se escolher o caminho aberto, conversando de forma desprendida e ouvindo de maneira intensa, num diálogo que leve a reflexão e à modelagem de novas visões deixando de recriar o passado. Isso é muito simples, mas não é fácil, pois o grande desafio para essa abertura exige uma mudança na forma de se relacionar com o mundo: baixar as defesas e abrir mão da autonomia e do controle.

João de Araújo Prado Neto 06.09.2010.


REFERÊNCIA.
KAHANE, A. – Como resolver problemas complexos – tradução Ana Gibson – São Paulo, editora SENAC, São Paulo, 2008.

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