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sábado, 5 de novembro de 2011

FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE: QFD, A VOZ DO PROCESSO.

DIÁRIO DE BORDO: As organizações vivem num ambiente cada vez mais competitivo. Diferenciar-se e alcançar um desempenho superior é a regra para a sobrevivência. Neste cenário a base para a sustentação do negócio constitui-se em eliminar desperdícios, adotar tecnologias de ponta, desenvolver novos produtos, obter e reter pessoas comprometidas e buscar a melhoria contínua dos processos de produção. Para conseguir uma gestão eficaz dos seus recursos uma companhia deve investir em metodologias de análise dos seus processos (isto se traduz em investir, contratar e manter pessoas para gerenciar tais metodologias). Tais ferramentas ajudam a diminuir ou eliminar a incidência de erro, defeitos e falhas num processo através da redução da sua variabilidade. Na aplicação dessas metodologias um passo fundamental é conhecer o seu produto e ter o domínio de sua execução, ou seja, compreender a “Voz do Cliente” e traduzi-la na “Voz do Processo”. Uma metodologia recomendada é o QFD (Quality Function Deployment).

QFD é a conversão dos requisitos do consumidor em características de qualidade do produto e o desenvolvimento da qualidade de projeto para o produto acabado através de desdobramentos sistemáticos das relações entre os requisitos do consumidor e as características do produto. Esses desdobramentos iniciam-se com cada mecanismo e se estendem para cada componente ou processo. A qualidade global do produto será formada através desta rede de relações.As relações podem ser descritas como se segue:

Extração: a extração é o processo de criar uma tabela a partir de outra, ou seja, de utilizar os elementos de uma tabela como referência para se obter os elementos de outra tabela. Uma matriz de QFD é sempre constituída do cruzamento de duas matrizes. Por exemplo, a casa da qualidade, a mais famosa matriz de QFD, é composta do cruzamento da tabela dos requisitos dos clientes com a tabela das características de qualidade.
Relação: a relação é o processo de identificar a intensidade do relacionamento entre os dados das duas tabelas que compõem a matriz.
Conversão: existem dois tipos de conversão. O primeiro significa a transformação ou modificação dos dados originais coletados em pesquisas de mercado para dados “trabalhados” e analisados que podem ser usados como requisitos dos clientes. É, portanto, um processo qualitativo. O segundo se refere ao processo de transferir a importância relativa (peso) dos dados de uma tabela da matriz para os dados da outra tabela, em função da intensidade das relações existentes entre eles. É, portanto, um processo quantitativo.

O QFD se fundamenta sobre quatro princípios: subdivisão e unificação; pluralização e visibilidade; totalização e parcelamento; e desdobramento. Estes princípios estão descritos abaixo:

Princípio da Subdivisão e Unificação: A subdivisão se refere aos desdobramentos dos objetos de análise da metodologia  qualidade e trabalho, buscando um nível de detalhamento cada vez maior. A unificação se refere à necessidade de reunir as idéias detalhadas encontradas em grupos hierarquizados.
Princípio da Pluralização e Visibilidade: A pluralização diz respeito à diversidade de pontos de vista que sempre permeiam as atividades do QFD. Convém lembrar que um dos pontos fortes dessa metodologia é a análise das questões considerando as perspectivas das “diversas partes interessadas”  as áreas funcionais da empresa e os clientes. A visibilidade, por sua vez, está presente através da utilização de métodos visuais (matrizes e tabelas) para explicitar todas as relações entre as diversas variáveis que envolvem o desenvolvimento do produto.
Princípio da Totalização e do Parcelamento: É esse princípio que faz a equipe ter simultaneamente a visão do todo e do específico durante todo o trabalho do desenvolvimento do produto, buscando entender como cada parte influência o todo e é por ele influenciada. Em todo trabalho de QFD, é necessário ter a visão do todo, sem, entretanto, perder de vista as partes mais importantes, pois há limites de recursos e tempo  o conceito da priorização. Uma vez identificadas as partes importantes, passa-se a ampliá-las de forma a conhecer profundamente seus detalhes, e assim sucessivamente. Entretanto, é bom lembrar que a soma das partes ótimas não constitui necessariamente um todo ótimo, portanto, é importante, quando possível, ponderar entre o ótimo do todo e o ótimo das partes.
Princípio do Desdobramento: Desdobrar significa assegurar a qualidade do produto através da qualidade dos subsistemas; assegurar a qualidade dos subsistemas através da qualidade das partes; assegurar a qualidade das partes através da qualidade dos elementos dos processos de fabricação. Benefícios da Aplicação do QFD: • Foco no consumidor; • Considera a concorrência; • Registro das informações; • Interpretações convergentes das especificações; • Redução do tempo de lançamento e reparos após o lançamento; • Seu formato visual ajuda a dar foco para a discussão do time de projeto, organizando a discussão; • Aumenta o comprometimento dos membros da equipe com as decisões tomadas; • Os membros da equipe desenvolvem uma compreensão comum sobre as decisões, suas razões e implicações.

PROCURE SABER MAIS E VOCE ENCONTRARÁ UMA APLICAÇÃO INTERESSANTE PARA ESTA FERRAMENTA. Fonte: Texto baseado na Dissertação de Mestrado de Manoel Otelino na EESC –USP.

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